Recentemente, o caso das duas brasileiras que tiveram suas malas trocadas e foram acusadas de tráfico internacional de drogas na Alemanha ganhou as manchetes de todos os jornais e chamou também a minha atenção. Muito foi noticiado sobre a maneira que as brasileiras foram tratadas pela polícia e pela justiça alemã, e sobre a dificuldade que houve na comunicação com familiares. Algo que me marcou muito nessa situação toda, foi a questão da vulnerabilidade.
Há uma certa vulnerabilidade em estar fora de seu país, e mais ainda, em ser um imigrante. Uma vulnerabilidade por estar em uma terra que não é sua, mas sim de outro. Uma terra que tem suas próprias leis, que servem para proteger quem nasceu ali e que trata de forma diferente quem vem de outro lugar, e de forma ainda mais distinta quem potencialmente fere a ordem pública, ainda que por engano.
É comum ver imigrantes preocupados que uma simples infração de trânsito ou um conflito com um vizinho possa influenciar seu status imigratório. Percebe-se um movimento de ser ainda mais cauteloso do que de costume. É como se ser imigrante fosse ser a parte mais fraca da corda, aquela que arrebenta no menor dos deslizes. Nessa vulnerabilidade, o imigrante é quase como um “hóspede”, aquele que pode ser convidado a se retirar a qualquer momento.
Na tentativa de conseguir a cidadania do país para o qual se mudou, há o desejo de poder ser tratado como um igual no quesito direitos e deveres, possibilidades e oportunidades, e também há a busca pela segurança que só o nativo ou o cidadão têm. Conseguir a cidadania do país escolhido costuma ser muito comemorado e encarado como uma conquista de maior liberdade e tranquilidade, é um momento em que muitos medos e receios deixam de existir, e a sensação de vulnerabilidade já não se faz mais tão presente.
E você? Já se percebeu mais cauteloso estando em outro país?
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